quinta-feira, 20 de setembro de 2012

E afinal, o que é o tal do BPA?

Recebi a lista do enxoval do berçário do Dudu. Por uma bênção de Deus, esse berçário é terceirizado, que presta serviços na empresa onde trabalho. Assim, ficaremos no mesmo prédio quando eu voltar à labuta.

As instruções para mamadeira foram: "mamadeira sem curvas e com inscrição de BPA Free". Como já trabalhei em uma empresa que possui uma marca amada pelas mamães, e pioneira nesse lance de BPA Free, eu comecei a estudar um pouquinho sobre o tema. Como irei em breve postar bastante sobre mamadeiras (todas BPA free - até porque a nossa Anvisa proibiu o uso do BPA no ano passado) acho importante fazer essa nota.

O que é o BPA? Por que essa exigência em se ter produtos livres de BPA?

O Bisfenol-A (BPA) é uma substância orgânica sintética utilizada para compor polímeros, resinas e outros componentes do plástico. Está no mercado desde 1957 endurecendo plásticos. Antes disso, já foi usado para engorda de gado e até como repositor de estrógeno para mulheres. O BPA é muito usado no armazenamento de alimentos, como em latas de alumínio, garrafas de água, mamadeiras e copos.

Não existe atualmente uma marcação específica para a presença do BPA (apenas para a ausência), mas normalmente está presente nos plásticos marcados com 3 ou 7:


Afinal, o que o BPA pode fazer para o meu bebê, ou para a saúde de um modo geral?

O Bisfenol A é um disruptor endócrino que pode "imitar" o estrógeno em nosso corpo e trazer alguns efeitos negativos. Exposição a pequenas quantidades da substância em ratos e camundongos tem indicado efeitos como: anormalidades no sistema reprodutivo, efeitos em funções neurológicas, tendência a câncer, danos no sistema cardiovascular, tendência a diabetes, obesidade, puberdade precoce e resistência a quimioterapia. Os estágios de desenvolvimento iniciais parecem ser períodos de maior sensibilidade a esses problemas, e alguns estudos ligam a exposição pré-natal ao BPA a posteriores efeitos físicos e neurológicos.

E olha só que impressionante, um estudo de 2011 estima que 96% das mulheres nos EUA são expostas ao BPA durante a gravidez.

Como em tantos outros dilemas científicos, as opiniões variam muito quanto aos efeitos do BPA em nossa saúde. Alguns estudos concluem que o BPA não apresenta risco nenhum, enquanto outros concluem que o BPA causa inúmeros efeitos adversos. Em 2012 a FDA (Food and Drug Administration, dos EUA) baniu o uso do BPA em mamadeiras. O Environmental Working Group achou, porém, tal ato "puramente cosmético", dizendo em comunicado que "se a Agência quisesse prevenir as pessoas de serem expostas a esse componente químico tóxico associado a problemas crônicos e sérios, deveria ter banido seu uso em latas de fórmulas infantis, comidas e bebidas".

Essa história vai longe, no início da semana vi outra reportagem ligando o uso do BPA em latas de refrigerante a obesidade infantil. Ou seja, além do refri ser "engordativo" por si só, a lata também não ajuda.


Dilemas científicos de lado, minha opinião é a seguinte: enquanto a comunidade científica não se decide, prefiro não arriscar e optar mesmo pelos itens livres de BPA...

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